Fazendo arte no Surface Pro

Como ilustradora, eu sentia falta de um tablet com caneta sensível à pressão para usar em viagens. Tipo uma “Cintiq portátil”, para quebrar um galho de vez em quando. Eis que a Microsoft escutou meus pedidos e desenvolveu o tablet Surface Pro em parceria com a Wacom. Oba!

O Surface Pro é um misto de tablet com pc. O sistema operacional dele é o Windows 8 (O que permite a instalação dos mesmos programas que usamos para desenhar, e que rodam num desktop). Com a linda resolução de 1920 x 1080 pixels concentradas em uma tela sensível de 10,6 polegadas. Tem 128 Gb de HD SSD, Core i5, GPU Intel integrada e 4 GB de RAM. Apesar do pouco espaço de HD (que vc resolve com um bom espaço virtual). É um tablet para quem gosta de produzir!

Bom, como nem tudo nesta vida é 100%, meu primeiro problema em relação ao Surface foi com a instalação dos drivers. Embora ele tenha reconhecimento de pressão, ele só funcionava nos aplicativos para Windows 8. Mas a Wacom resolveu este pepino criando um driver que permite seu uso em qualquer programa gráfico.

O segundo problema foi em relação às teclas de atalho. Na Cintiq existem uns botões de atalho nas laterais que facilitam a vida. Enquanto que no Surface, na hora de desenhar acabamos contando somente com a tela (que fica abaixada, para maior conforto na hora de desenhar). Minha sugestão é usar um teclado wireless ao lado, vai ajudar horrores!

O terceiro problema, que eu só descobri depois, com mais horas de uso. É que o Surface esquenta bastante, a ponto de incomodar no verão (mas no inverno é gostosinho pois aquece as mãos, hehe)! Afinal, ele não é só uma tela sensível à caneta, ele também está processando toda a informação né?

Em contrapartida a resolução e as cores do Surface estão bem melhores que minha Cintiq 12” que foi lançada em 2007 e já anda meio míope, tadinha.

Mas vamos ao que interessa, a parte prática!

Para começar fiz um teste básico, usando formas simples, testando a definição, leveza e pressão do traço. Não senti diferença neste aspecto. Para mim os dois se saíram praticamente iguais neste ponto!

No segundo teste eu arte finalizei o mesmo desenho tanto na Cintiq quanto no Surface. Tirando algumas dificuldades com as tais teclas de atalho (já que estou bem mais acostumada com a Cintiq), não senti grandes diferenças ao desenhar. As cores também sairam diferentes, já que a percepção muda de um monitor para outro.

Meu veredito final é que o Surface foi uma ótima aquisição, pois não deixou nada a desejar em relação à Cintiq! Como pretendo usar como computador backup não me importo de ter pouco espaço no HD. A vantagem da Cintiq na minha opinião é que se eu trocar de computador, posso continuar usando ela sem problemas. Enquanto que no Surface, eu fico dependente do hardware.

Resumindo:

É pra você... Que gosta da mobilidade de poder trabalhar de qualquer canto, que viaja muito, que precisa fazer pequenas alterações de artes enquanto está fora de casa.
Talvez não seja pra você... que faz questão de um monitor grande, que precisa de muito espaço no HD, que não gosta do Windows.

E antes que me perguntem: Meu Surface Pro foi comprado na Best Buy de Nova York. Paguei cerca de 800 U$ em Outubro de 2013.

No mais, existe um site focado em artistas que usam Surface, onde discutem ferramentas, bugs, drivers… enfim. É bem útil! - Surface Pro Artist. O tal driver para reconhecimento de pressão você pode baixar aqui.

UPDATE: Me contaram que JÁ existe uma Cintiq portátil, e o nome é Cintiq Companion Hybrid, mas além de mais cara 1.500 U$, ele tem pouquíssimo espaço de HD, somente 32 Gb. Mas já é um bom começo!