A Casinha em que Morei - 4/4 Final
Tulipas no sol da manhã - Pintura em aquarela digital
Quando me mudei para Belo Horizonte, passei a sonhar direto com minha antiga casa. Como se ainda estivéssemos ligadas. Seria a correria que atrapalhou o processo de desapego?
Somente quatro meses depois que eu pude me despedir de verdade da casinha. Foi numa viagem de ultima hora, antes de ir pro interior visitar meus pais.
Naquela manhã estava chovendo como no dia que a conheci. Desci a rua e lá estava ela com seu número desbotado - vinte e sete – a minha idade, pensei. Fiquei frente a frente com o portão. Deu um certo nervoso tocar a campainha, aquela mesma que sempre me assustava. O som ecoou pelo corredor – Argh, nunca me acostumei com aquele barulho. Ao invés do meu gato vieram três cachorros serelepes. A dona, uma simpática moça, que também era artista plástica, veio me receber.
Tenho que dizer que foi curioso ver outra pessoa morando lá. Não existia mais o sofá verde-limão, nem os quadrinhos, nem as hortelãs no jardim, nem meus gatos, nem a Ila de quatro meses atrás. Era outra casa, com outra história pra contar.
Cheguei a conclusão que "a minha casinha", só existia enquanto eu morava dentro nela. Mas hoje é ela que mora dentro de mim, nas minhas lembranças.
E depois dizem que não existe uma ligação forte entre as casas e seus moradores...
linda história, parabéns!!!
ResponderExcluirAdorei a série da casinha, acho que todos nós ja tivemos um lugar assim!
ResponderExcluirLudmila
Michele,
ResponderExcluirObrigada!
Ludmila,
Quem não teve ainda vai ter. ;-)