A Saga do Strogonoff

Algumas das piores decisões da minha vida foram feitas em momentos de raiva e de fome (ou depois de pintar aquarelas como esta) e esta semana não foi diferente...

Ricardo estava com vontade de comer um simples croissant recheado, mas como eu não tinha almoçado decidi que iria pedir um “strogonoff de vegetais” que parecia bem simpático na foto do aplicativo. Antes que alguém me acuse de blasfêmia, tenho que confessar uma coisa: Sou bem chata com carnes, e por esta razão evito comer em qualquer lugar. Pior sensação é ser surpreendido por aquele pedaço enervado bem no meio da mastigação, argh. Então fiquei animada quando vi a opção vegetariana do meu prato preferido no cardápio. Logo imaginei um delicioso molho condimentado com champignon, batata, cenoura, milho, palmito, abobrinha, sei lá, não tinha muito erro pra mim, na pior das hipóteses seria uma espécie de sopa cremosa de vegetais, certo?

Fiquei aqueles 45 minutos de espera fantasiando sobre como eu ficaria satisfeita comendo aquele molhinho misturando no arroz, sentindo a crocância da batata palha... nham nham!

A entrega chegou e para minha alegria a cara estava ótima! Dei a primeira garfada generosa, e então minha boca foi tomada por um gosto forte e azedo de vinagre e sal. Parecia que alguém tinha virado um pote de picles com a salmoura e tudo no meio da panela! Argh! Eu não queria acreditar naquilo, até tentei dar uma segunda garfada para ver se eu não estava sendo muito exigente. Não, não deu.

Algumas comidas são ruins, mas a gente consegue comer (na força do ódio, mas consegue), este eu não consegui. Estava INCOMIVEL. Joguei tudo no lixo, pedindo perdão aos Deuses da gastronomia por ter tido a audácia de escolher um strogonoff de vegetais.

Aqui um passo a passo do processo de pintura em aquarela deste prato apetitoso, que me deixou com vontade de Strogonoff.